sábado, 19 de março de 2011

O Grão de Mostarda


1. Parábolas do Reino.
No capítulo 13 de Mateus, no 4 de Marcos e nos capítulos 8 e 13 de Lucas, estão as parábolas em que Jesus anuncia o Reino de Deus. São, em verdade, sete: 1. O Semeador; 2. O joio e o trigo; 3. O grão de mostarda; 4. O fermento que a mulher põe na massa; 5. O tesouro escondido; 6. A pérola preciosa; 7. A rede jogada ao mar.
No Inquietude, a gente já trabalhou a parábola da pérola preciosa e a do semeador.
Agora o tema é o grão de mostarda. Na outra reunião será o joio e o trigo.
O Senhor Jesus utiliza de parábolas para facilitar o entendimento acerca do Reino de Deus, usando coisas da vida cotidiana do povo de então como o grão, o trigo, o joio, a pérola, o tesouro, a rede de pesca, ou seja, de utensílios bem próprios da sociedade agrária e rural da Palestina.

2. O grão de mostarda – Mt 13, 31-32.

3. Comentários do Pe. Luís Cláudio Fillion sobre o grão de mostarda.
“Na Terra Santa, o pé de mostarda alcança proporções consideráveis, e as aves, ávidas de sua semente, vêm, satisfeitas e graciosas, pousar nos seus galhos. A aplicação é fácil: como a mostarda, o Reino dos Céus, pequeno no começo, em pouco tempo deveria adquirir colossais proporções e se espalhar pelo mundo inteiro...” (http://www.catolicismo.com.br/)


4. Comentário de Santo Agostinho.
“O grão de mostarda representa o fervor da Fé, porque se diz que ela expulsa os venenos, ou seja, os ensinamentos iníquos. E penso que, por galhos da árvore evangélica, que desceram do grão de mostarda, deve entender-se a variedade de dogmas, sobre os quais descansa a multidão das aves do céu, isto é, as almas dos fiéis ou as virtudes dos que combatem pelo serviço de Deus.”

5. Nota da Bíblia da Ave Maria.
“Sentido da Parábola: a Igreja de Jesus terá um começo humilde, mas conseguirá um esplêndido desenvolvimento.

6. A parábola para nós.
Para nós jovens do Inquietude, vivendo no Terceiro Milênio, em Goiânia, a parábola nos indica o caminho em várias situações da vida.
A inteligência da mensagem é uma só: o Reino dos Céus começa pequeno e vai crescendo. Tudo na vida começa pequeno, às vezes de uma ideia, de uma palavra, de um sonho, de uma brincadeira e vai crescendo. E quando cresce dá a sensação de conforto, de proteção, enfim de vida verdadeira, como a gente viu na árvore frondosa em cujos galhos as aves do céu se abrigam.
A Igreja é assim. Começou com uma pequena comunidade dos apóstolos e primeiros discípulos (At 2, 42-47) e foi se agigantando, estando hoje presente em todos as partes do mundo.
Com a nossa Paróquia foi assim. Começou com a missão dos Agostinianos da Província de Castela que vieram para o longínquo Brasil, iniciaram atividades na nova capital de Goiás, na capelinha da Rua 55e hoje é uma conhecida Paróquia da Região Centro da Arquidiocese e ainda há o Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima.
Com o Inquietude tem sido assim. Começou de uma inquietude mesmo, de uma vontade de se ter uma Comunidade de Jovens na Paróquia com espiritualidade agostiniana. Depois passou-se a reunir um grupo de poucas pessoas e hoje já temos um grupo de jovens comprometidos, entusiasmados e que a cada dia convidam outros a participar.
Mas o grão de mostarda pode acontecer na minha vida. As virtudes, as práticas dos bons hábitos surgem como um grão de mostarda e vão crescendo e se tornando natural na nossa vida e muitos virão para perto, a fim de “descansar” na sombra que os nossos galhos de pessoa convertida proporcionam.
Cultivar o grãozinho do amor, da generosidade, do respeito, da obediência é a missão de cada um de nós. A gente cuida deste nosso grãozinho e, de repente, ele se transforma numa árvore forte de caridade, de retidão, de zelo, de alegria e de paz. Neste momento, atraímos para perto os nossos pais, irmãos, familiares, amigos, colegas de sala, até mesmo aqueles com quem não temos simpatia natural.
Cultivemos então a cada dia, em cada momento, com paciência, com perseverança, o nosso grão de mostarda, na firme esperança de ver a frondosa árvore crescer nos nossos corações, nas nossas famílias, na nossa comunidade, no trabalho e na escola....

“Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência” (Santo Agostinho)

Leonardo Buissa

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