sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
INQUIETUDE – COMUNIDADE DE JOVENS

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pra quem ama não há adeus

Morte, algo tão simples e comum que o ser humano ainda não entendeu. A pergunta é:quando começou a temê-la, se é um fato da vida?

Nossos pais descobrem que um Ser está para nascer e trazer as suas
vidas um brilho de luz. A cada sorriso, palavra, olhar ou suspiro uma cachoeira de lágrimas parece inundar seus olhos de alegria e paz.

Nos tornamos adolescentes e a busca pela independência é cada vez mais clara.

A nossa vontade de conquistar espaço nos distancia de quem sempre
nos amará, esquecemos a família.

As vezes criamos novas famílias,familias formadas por amigos,primos.Novos laços sao criados.Mas algo inesperado as vezes acontece e a vida nos prega uma peça e nos tira alguem da familia nova ou antiga.

Em nosso peito apenas a dor de um punhal que a cada "meus pêsames"
parece pesar.

Nossos pensamentos divulgam para cada gota de sangue em nosso corpo
a culpa de nunca ter dito: "te amo"; "preciso de você", "estou sempre aqui", " me preocupo".

Nossos sonhos caem por terra, nossa independência parece perder
a importância.

E a resposta para essa dor?

O tempo é uma certeza: Quando amamos transmitimos este amor em pequenos atos e gestos e as palavras não importam mais; quando precisamos de alguém, sentimos sua presença e as palavras não tem mais sentido; quando nos sentimos sós e abandonados,surge uma palavra ou um gesto e descobrimos que nunca estaremos sós.

E a culpa? A culpa é da vida que tem início, meio e fim.

A nossa culpa está apenas em amar tanto e sentir tanto perder alguém.

Mas o tempo é remédio e nele conquistamos o consolo, com ele pensamos
nos bons momentos. E com um pouco mais de tempo, transformamos nossos
entes queridos em eternos companheiros.

Nossos sonhos ganham aliados, nossa independência ganha acompanhantes, nossa vida conquista anjos e no fim apenas a saudade e outra certeza: não importa onde estejam, estarão sempre conosco.

Gabriel Buissa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Meu Senhor e meu Deus...



Muitas vezes tudo parece estar perdido, tudo parece não ter mais solução. Deixamo-nos consumir pelo medo, pela angústia e pelo desespero e esquecemos que em Deus, o Deus do impossível, tudo podemos. “Deus é Pai com um coração de mãe!”

Muitas vezes, Deus nos leva a situações em que dizemos: “Meu Deus! Onde o Senhor está? Por quê me abandonaste?” Mas Deus não nos abandonou. Deus NUNCA nos abandonou. Pelo contrário, Ele está sofrendo conosco. Talvez você esteja apavorado em meio ao sofrimento, mas saiba que isso é necessário, pois, do contrário, nunca amadureceremos!

Deus sempre está conosco. Ele está sempre ao nosso lado, disposto a nos ajudar. Basta abrirmos nosso coração e dizer SIM ao amor de Deus, dizer SIM a vontade Dele que ai sim, as portas abrirão, as trevas cessarão e as bençãos cairão.

"Sião vinha dizendo: 'O Senhor me abandonou, o Senhor esqueceu-se de mim!' Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei! Vê que escrevi teu nome na palma de minha mão, tenho sempre tuas muralhas diante dos olhos".


A Palavra de Deus nos mostra, em Isaías 49,14-16 que Deus nunca nos abandona, mesmo em meio aos nossos pecados, medos, carências, Ele nos AMA. Ele não apenas nos criou, mas Ele mesmo cuida de cada detalhe da nossa vida. E jamais se esquece de nós! Ele jamais se esquece do Seu povo. Ele cuida de cada detalhe da nossa vida.

O amor de Deus nos cura, nos salva e nos dá vida nova.

Que nesse ano de 2011, Deus te abençoe, te guarde e te dê muita força para vencer as tribulações e os obstáculos que a vida lhe colocar.

E não se esqueça: “Deus te ama e te chama.”

Um Natal e um Ano Novo cheio de bençãos,

com carinho,

Eduardo Vale


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ORAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

ORAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
(Santo Agostinho)

Respira em mim, ó Espírito Santo, para que eu pense o que é santo.
Impulsiona-me , ó Espírito Santo, para que eu faça o que é santo.
Atrai-me, ó Espírito Santo, para que eu ame o que é santo.
Conforta-me, ó Espírito Santo, para que eu preserve o que é santo.
Preserva-me, ó Espírito Santo, para que eu nunca perca o que é santo.

Só por hoje

Só por hoje


1. Só por HOJE tratarei de viver este dia, sem querer resolver o problema da minha vida inteira, todo de uma vez.
2. Só por HOJE terei o máximo de cuidado com o meu modo de tratar as outras pessoas: serei educado; não criticarei ninguém; não pretenderei melhorar ou disciplinar ninguém, senão a mim mesmo.
3. Só por HOJE terei a convicção de ter sido criado por Deus para ser feliz não só no outro mundo, mas também neste nosso mundo.
4. Só por HOJE me adaptarei às situações e às pessoas com que convivo, sem pretender que TUDO e TODOS se adaptem aos meus desejos.
5. Só por HOJE dedicarei alguns minutos do meu tempo a uma boa leitura para me lembrar de que assim como é preciso comer para sustentar o meu corpo, também a leitura é necessária para alimentar a vida da minha alma.
6. Só por HOJE praticarei uma boa ação sem contá-la a ninguém.
7. Só por HOJE farei uma coisa necessária da qual eu não gosto e, se for ofendido nos meus sentimentos, não reclamarei a ninguém.
8. Só por HOJE programarei o meu dia para ter completa ciência de minhas obrigações. Talvez não o execute perfeitamente, mas terei este propósito. Assim, me guardarei de duas calamidades: a pressa e a indecisão.
9. Só por HOJE serei bem firme na fé de que a Divina Providência se ocupa de mim como se existisse somente eu no mundo, ainda que as circunstâncias da minha vida: problemas, fracassos, preocupações, tristezas...manifestem o contrário.
10. Só por HOJE não terei medo de nada. Não terei medo de gozar do que é belo; não terei medo de crer na bondade; não terei medo de me entregar à Deus; não terei medo de ser que eu sou.
11. Durante doze horas de uma dia quero Ter um coração que não se desespera, um coração confiante e entregue a Deus, uma coração que deseja o Bem e, assim, a cada dia vivido eu possa fazer o Bem que não consigo, distribuir o Amor que não tenho e construir o mundo de paz e unidade que desejamos. AMÉM.
PAPA JOÃO XXIII

O primeiro natal

Nestes dias de dezembro, estamos encerrando o ano de 2010. Tempo de muito trabalho, de trânsito caótico, de shoppings lotados, de confraternizações entre os colegas de trabalho, familiares e amigos. No meio destas atividades todas, deste barulho todo – externo e interno – sobra pouco para o silêncio, para o encontro com o Sagrado.
Característica da vida moderna: perdemo-nos no acidental, esquecendo-nos do essencial...
Porém, nós sabemos que a essência das coisas é o que efetivamente importa, é o que dá sabor, o que verdadeiramente enriquece. Sabemos disso pela nossa consciência, mas principalmente pelos nossos sentidos.
Dias como os desta semana, nublados e chuvosos, me transportam ao presente existente na minha memória. Ao ensinar sobre o tempo, Santo Agostinho indica que o passado não existe, o que há é o presente em três dimensões: na memória, na contemplação e na expectação.
Quando o dia amanhece chuvoso como hoje, a sensação que tenho é a da alegria da minha infância no Setor Sul, onde casas se enfileiravam, uma do lado da outra, com muros baixos, portãozinho que minhas pernas de cinco anos conseguiam facilmente pular. A sensação é da alegria de se aguardar o natal, fugindo da chuva ou fugindo para ela, montado numa calói verde ou numa morark amarela.
Ao ver as luzes de natal, lembro do shopping da minha meninice: lojas abertas até de noite na saudosa rua 4, no Centro, da pequena, bela e provinciana Goiânia dos anos setenta.
Acreditava no papai noel e jurava para as outras crianças da rua que tinha ouvido os seus passos durante a noite. Lutava tenazmente para ficar acordado na noite de natal para surpreender o bom velhinho justamente no ato da entrega do meu esperado presente.
Vida pura, simples, despojada, verdadeira, vida saborosa de criança que teima em habitar na minha mente, no meu coração, nos meus sonhos...
O Natal é tempo de contemplar o menino. Contemplar o menino que nos foi dado, o Deus Forte, o Príncipe da Paz, como exalta o profeta Isaías. O menino que um dia disse deixe vir a mim as criancinhas porque o Reino de Deus é de quem tem um coração de criança.
Este menino que hoje celebramos o aniversário foi o responsável pelo primeiro natal. Um natal sem festa, sem peru, sem barulho. Natal do simples, do pobre, do verdadeiro.
Um outro menino, mil duzentos e vinte e três anos depois, retratou com a sua pureza a cena mais conhecida pelos cristãos. Francisco de Assis, o pobre de Deus, começou a fazer presépios, palavra que significa manjedoura de animais, onde o Rei dos Reis nasceu.
Quando vejo um presépio, o menino que vive em mim, pára, sorri, contempla e medita. A simplicidade do nascimento do menino Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, me renova a convicção, presente nas crianças, de que nada supera o simples: tomar banho de chuva, um abraço apertado, um bolo de chocolate, repartido no mesmo prato com quem se ama , rir e chorar e chorar de rir; momentos que antecipam a alegria eterna que se encontra no presente esperado, aspiração do futuro, que é ser feliz!
Mirando no menino, em sua Mãe, em José, nos magos e nos animais, na beleza simples do presépio, decido formular o meu pedido de presente para este natal. Quero receber um CD que toque todos os dias de 2011, cujas faixas são as seguintes:
1. “A medida do amor é amar sem medida”. (Santo Agostinho)
2. “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível.” (São Francisco de Assis)
3. “Não faças coisa alguma, nem diga palavra alguma que Cristo não faria nem diria se encontrasse as mesmas circunstâncias.” (São João da Cruz)
4. “O mais rico não é o que mais tem, mas o que menos precisa” (Pe. José Florêncio)
5. “O extraordinário é ser feliz no ordinário.”(anônimo)

E o hit que eu mais gosto, vai tocar o dia inteiro, feito música de adolescente: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo mais vos será dado em acréscimo.” (Jesus)
Sei que não sou merecedor de tão rico presente, mas também sei que Aquele que pode me dá-lo supera, com a sua grandeza, a minha pequenez.
Santo, simples e alegre natal!

Leonardo Buissa

RESTAURAÇÃO



Restauração

Dunga

Composição: Dunga

Deus vê o coração
Sonda com a compaixão
E sabe o tamanho
Da sua dor
Ele não pode pôr
Limites no seu amor
Pois sabe até onde vai
Todo pecador


Lágrimas são suor
De almas que lutam só
Só Deus pode entender
O que lhe causa a dor
Pense no seu Senhor
Recorra ao Seu amor
E creia ele é fiel
Justo é o seu amor

Pare de se maltratar
Não queira aos outros culpar
Diga por hoje não
Por hoje eu não vou mais pecar
Estenda a sua mão e abra o seu coração
Volta pro seu Senhor e se abra à restauração

Com Cristo você vai superar
Todas as barreiras passar
Todo pecado vencer
Um novo homem vai nascer

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

As setes faces do amor...

Recentemente tivemos uma experiência ímpar na nossa vivência cristã comunitária, foi uma demonstração pura do que é o amor colocado em prática, atuante. E é aproveitando este acontecimento tão vivo em nossa memória que aproveito deste espaço para colocar uma síntese de alguns aspectos importantes a serem levados em consideração a respeito deste amor que deve estar sempre presente em nossas vidas...


Amor ao próximo


“Pela caridade, amamos a Deus sobre todas as coisas e a nosso próximo como a nós mesmos por amor a Deus. Ela é o laço da perfeição (Cl 3,14) e a forma de todas as virtudes” (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1844). Não fiquem devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei.” (Rm 13,8).

Ser amado, deixar-se amar, crer no amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. A atitude de amar não se limita a emoção, amar é decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. E nos é necessário esforço para sermos pessoas capazes de amar de forma concreta. O caminho que ultrapassa todos os dons e o qual todos devem se inspirar é essa vivência do amor, ele sintetiza toda a vontade de Deus. Sem o amor os outros dons nada significam, pois dependem do mesmo para que sua eficiência seja plena:Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens... Que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que tivesse toda a fé... Sem não tivesse amor eu nada seria.” (Cf. 1 Cor 13,1-2).
É a fortaleza que sustenta todo testemunho cristão: “O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo perdoa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Cor 13,4-7). O amor é eterno e transcende tempo e espaço, porque é vida do próprio Deus: “Deus é amor” (1 Jo 4,8), da qual o cristão já participa: Agora portanto permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas porém é o amor.” (1 Cor 13,13).

Poderíamos denominar as 07 faces do amor para simplificar todos esses pontos apontados por São Paulo a respeito do amor usando como referência contextos simples para essa vivência do amor baseado num texto escrito por Dom Evaristo Brandes, são elas:

A gentileza: Alegria de ajudar os outros, reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos demais.

A paciência: Consiste em compreender e aceitar as imperfeições dos outros. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes.

O perdão: Compreender as limitações alheias, acolher as misérias do outros e nosso coração e dar ao outro a chance de mudança, construindo a reconciliação e a paz interior e social.

A cortesia: Tratar a todos com amizade porque toda pessoa é digna, valiosa e única. Saber lidar com as adversidades, disponibilizar-se, acolher bem.

A humildade: É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher as qualidades e defeitos dos demais. Aceitar ajuda dos outros, reconhecer os erros, alegrar-se com o sucesso alheio, preocupar-se com o bem estar de todos.

A generosidade: Define-se pela doação aos outros, o serviço gratuito, desapego de si e das coisas para partilhar. A capacidade de sacrificar e renunciar pelo bem comum.

A honestidade: Dizer a verdade com amor. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes e no compromisso com a verdade.

Vamos começar a fazer uso dessas faces que o amor nos disponibiliza, para que possamos ter algo de bom a oferecer e poder viver plenamente a vontade de Deus.

"Aquele que tem amor no coração tem sempre algo a oferecer" (Santo Agostinho)



Com todo meu carinho,

Gustavo Siqueira Aleixo
Seminarista Agostiniano



O tesouro que o mundo procura

Visitando o site da Canção Nova, deparei-me com um texto bastante interessante e que retrata bem a realidade em que vivemos. Tomei a liberdade de postá-lo aqui e compartilhar com vocês "O tesouro que o mundo procura".

"A juventude é a fase em que mais sofremos as investidas do inimigo de Deus, enfrentamos as maiores batalhas e temos sentimentos à flor da pele. É uma guerra em que nos machucamos e ficamos, muitas vezes, mutilados. É difícil, porém, não ir para a guerra significa não conhecer o sabor da vitória. Quem não luta, não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória. É assim que acontece com alguém que está em pecado: como um porco, se lambuza todo e se mistura tanto à lama, que não quer sair mais. E mesmo sendo lavado, o porco retorna à lama.

Quem não luta contra o pecado se torna semelhante a esse animal, acostumado à vida do chiqueiro. Muitas vezes, permanecemos no pecado e nas consequências deste, porque não quisemos lutar. Há uma história sobre um homem e seu baú cheio de tesouros, os quais colecionava e comercializava. Além do baú, possuía tecidos, tapetes, terras, gado, cavalos, casas, enfim, era muito rico. Viajava bastante e sempre comprava algo que não possuía. Assim foi ajuntando tesouros, até que, um dia, numa das viagens, deparou-se com uma pérola negra e encantou-se. Era a única no mundo!

Em nenhum dos lugares pelos quais já havia passado, havia visto aquele tesouro. Quis possuí-la e foi até o dono da pérola. Pelo fato de não haver nada parecido no mundo inteiro, o proprietário tinha todo o direito de pedir o valor que quisesse, e foi o que aconteceu. Ele pediu um preço tão alto, que era quase impossível alguém possuir todo aquele dinheiro. O comerciante achou o preço exorbitante, mas, como um bom negociante, fez o cálculo de todos os seus bens, incluindo a roupa do corpo, e percebeu que teria o dinheiro suficiente para comprá-la. Voltou para casa, juntou tudo, vendeu, comprou a pérola e saiu vestido com o mínimo necessário para não estar nu. Olhava o bem recém-adquirido sem ter para onde ir, pois tinha vendido a casa e tudo o que possuía. Achou então uma árvore e sentou-se à sombra, contemplando o seu tesouro. Ninguém era mais rico do que aquele homem, mas também ninguém era mais pobre do que ele. Nada custava mais do que a sua pérola e ele era feliz. Havia encontrado o que sempre buscara.

Aquele homem acumulou riquezas por toda a vida, achando que nelas seria feliz, até encontrar a pérola. E, quando a encontrou, teve de se desfazer de tudo para comprá-la. Nossa situação é parecida: não temos carneiros, tesouros, contas bancárias "gordas", cheque especial, muitos não têm carro nem cartão de crédito, mas, ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros, como o pecado, por exemplo. Ele nos impossibilitou de buscar o tesouro da felicidade e da paz, que é o próprio Deus. A mesma paz que Ele fez acontecer quando se levantou no barco e mandou o mar ficar calmo. Jesus é essa paz na agitação da vida. A alegria verdadeira e plena.

Muita gente procura esse tesouro em lugares impróprios e não o encontra. Sabemos que Cristo está em todas as pessoas, mas não em todas as situações. Existem situações em que somente o diabo está. E nessas situações é que, ao longo da vida, fomos buscar a felicidade: numa zona de prostituição, na boca de fumo, numa butique gastando além do que podíamos e ficando endividados. Buscamos a felicidade na violência, na loucura, na moda, na novela, na traição, em situações nas quais Deus não está, e acumulamos misérias dentro de nós.

Hoje, alegre-se! Sua busca acabou! Até mesmo o que temos de material, adquirido com muito custo e trabalho, passa a ter mais valor, mais sentido e mais gosto, porque encontramos o grande tesouro, que é o próprio Deus.


Do livro: “Sementes de uma nova geração”

Dunga
Comunidade Canção Nova


por Eduardo Vale

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E hoje? É tempo de quê?

"Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder;
tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga?"
Eclesiaste 3


E hoje? É tempo de comprar? Tempo de trocar presentes? Tempo de fartura? Também...
Mas na verdade, o advento é tempo de ser menos egoísta, mais altruísta, menos narcisista, mais generoso, menos consumista... É tempo de ficar com o coração limpo, renovado, de se preparar para receber Jesus! É tempo de crescer espiritualmente, de amar infinitamente, buscar incessantemente.
E quer caminho melhor para isso do que ir fazendo o bem? Fazendo aquilo que o Senhor faria? Cuidando de seu rebanho, permanecendo em comunidade, multiplicando os pães, fazendo milagres...
Percebe que podemos fazer isso do nosso jeito, no nosso tempo?

Que hoje seja o tempo de ficar com a família, de rezar em comunidade, de se doar ao outro, de ajudar quem precisa, de querer continuar ajudando o próximo, de entender o verdadeiro significado do Natal, de levar um pouco de alegria e paz a crianças sozinhas, a idosos carentes, a famílias pobres, de se converter, de querer ser uma pessoa melhor, que hoje seja tempo de querer permanecer em Jesus.

Que possamos fomentar nossos corações com esse sentimento de solidariedade, amor, paz, esperança que renasce no Natal, dando esse sentido ao espírito natalino e vivendo bem esse tempo junto a quem se ama.

Feliz Advento!


Ana Maria Barbosa.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Fique por dentro: ADVENTO

Estamos no Ano Litúrgico do Advento, mas o que vem a ser o Advento?

Deus se faz presente na vida de todo ser humano e de todas as formas deixa-nos sentir Seu amor e desejo de nos salvar. A palavra ADVENTO é de origem latina e quer dizer CHEGADA. É o tempo em que os cristãos se preparam para a vinda de Jesus Cristo. O tempo do Advento abrange quatro semanas antes do Natal.
Durante essas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus, o Salvador, que vem no Natal e no final dos tempos.
O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.

“Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17)


A Coroa do Advento é composta por quatro velas nos seus cantos. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.

"Senhor, dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado, dá-me forças para mudar tudo o que pode e deve ser mudado, mas, Senhor, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra."


Eduardo Vale

sábado, 4 de dezembro de 2010

NOVENA DE NATAL



TERCEIRO DIA da NOVENA será realizado no grupo INQUIETUDE.

AS 20H, NO SALÃO PAROQUIAL



OBS: As pessoas que quiserem oferecer sua casa para a realização da novena favor procurar o Eduardo, a Adriana, a Carol ou deixar um comentário aqui no blog ou um recado no orkut.

O livrinho da novena custa apenas R$1,00 e pode ser adquirido na Secretaria Paroquial ou com os membros da coordenação do Inquietude.

Contamos com a participação de TODOS vocês.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Inquietar-se é viver...



“Fizeste-nos, Senhor, para vós e nosso coração está inquieto, enquanto não descansar em Vós.” (Santo Agostinho).


Mês passado completei quarenta e três anos de idade. Casado há dezoito com uma bela mulher, inteligente e extremamente sensata, com a qual tenho o prazer de conviver desde que iniciamos o namoro em 1987, tenho três lindos filhos; Gabriel, vivendo com o entusiasmo próprio dos quinze anos; Maria Clara, suave, na essência, experimentando os sabores – hora doce, hora azedo – do início da puberdade de seus doze anos e Matheus, com os seus nove anos de pura traquinagem e alegria!

Para abrigar esta família, construímos há dois anos e meio um aconchegante sobrado cor de neblina, com janelinhas de madeira branca, portinha vermelha, um banco na frente, perfeito para namorar, e o cerrado, o meu amado cerrado, ao fundo. Acordo, flerto com uma árvore retorcida cujos galhos avançam por sobre a cerca de bambu, ao som da passarada fazendo arruaça no amanhecer sertanejo de Goiás.

A casa para ter vida precisa de gente e para ter vida em plenitude, como nos promete o Mestre, necessita muita gente! Nos finais de semana, amigos dos meninos invadem os quartos, a cozinha, o jardim, a piscina, as salas, numa agradável mistura de vozes, risos, pratos e copos sujos, roupas de cama, colchões, travesseiros e milhares de chinelos abandonados pela casa. Alegre e saudável bagunça!

Quando eu tinha vinte e três anos me formei em Direito pela Universidade Federal de Goiás e passei primeiro no concurso público para servidor de nível superior do Tribunal Regional de Trabalho e, logo em seguida, para o cargo de Juiz de Direito Substituto do Estado de Goiás. Mais três anos, fui aprovado para Juiz Federal e, pouco depois, para Professor da Faculdade de Direito da UFG. Comecei também a lecionar em cursos preparatórios e cursos de especialização, escrevendo diversos textos técnicos na área do Direito.

Nestes vinte anos não há como negar que a vida me tem sido generosa. Tal generosidade supera em muito o meu mérito, como também a minha pequena capacidade de ser grato.

A conclusão que se pode extrair deste breve relato é que eu estou com a vida ganha! Exatamente, foi isso que, um dia, um aluno me disse: - professor, o senhor já está com a vida ganha.
A minha resposta, entretanto, foi direta, irrefletida num primeiro momento, mas expressava algo que sempre acreditei, ainda que em certos momentos estivesse escondido no quarto mais escuro de minha alma: - Vida ganha é a ante-sala da morte!

A verdade é que o meu inquieto coração teima em pulsar com força e se nega a parar; inquietar-se é viver, parar é morrer!

Por isso, fizemos, eu e a vida, uma parceria. Eu desejei ardentemente abandonar algumas coisas que me pesavam, como Francisco de Assis abandonou a casa paterna, as posses e, inclusive, as roupas e recomeçar sonhos e atividades outrora interrompidas. E a vida me facilitou este desejar, fechando algumas portas, abrindo outras, enfim propiciando oportunidades para sair da inércia e me movimentar, ainda que, inicialmente, meio sem rumo.

Apesar da atividade física, dos cuidados médicos, o corpo, naturalmente, está envelhecendo. É bom que seja assim, mesmo porque só não envelhece quem morre antes. A alma, porém, que se encontrava cansada, moribunda até, hoje rejuvenesce com sonhos, aspirações novas e até com a ansiedade, o friozinho na barriga, próprio da adolescência, fase de muda, de transição que guarda, em iguais proporções, descobertas e decepções.

A inquietude agostiniana me faz lembrar quem sou eu, quais opções fiz durante a vida, quais metas já cumpri e quais faltam cumprir. Apesar do terno, da gravata, do cabelo alvinegro, por baixo ainda visto aquele meu uniforme de calça de tergal azul, camiseta, tênis e meias brancas, não muito elegantes, é verdade, mas uma verdadeira armadura de um guerreiro que acreditava que um mundo melhor era possível. Aquele menino, descobri, ainda vive e teima em não sair de mim.

Com este espírito, nasce um grupo de jovens que crê que a inquietude é vida, é sabor, é perfume, é ideal. O comodismo, por sua vez, é a morte sem honra, sem luta, sem crença, sem passagem, sem nada...

Inquietar-se é viver...

Goiânia, novembro de 2010

Leonardo Buissa