Alguém tem dono?
O que se esconde por trás do ciúme? Alguns acreditam que é afeto, outros que é a prova incondicional de um grande amor e, os mais sensatos, que é posse. Me incluo na categoria dos que enxergam o ciúme como uma forma ridicula e negativa de amor. Seria na verdade a negação do amor, porque negar a liberdade de escolha, de movimentos, de ir e vir de alguém, com certeza é a antítese do amor. As pessoas não são propriedades, objetos que se dispõe na prateleira mais alta do armário, inacessíveis aos olhos e a cobiça alheia.
Pessoas se relacionam. Guardar o amado ou amada a sete-chaves, pensando que assim ele ou ela vai ficar livre da tentação de se apaixonador por outro é ingenuidade. O que constrói relações é a sinceridade e não a possessividade. Ninguém está isento de ser atraído por outra pessoa, mas o que vai determinar o desfecho da história não é colocar um GPS no coração do amado (a) e sim a base em que a relação foi construída. Se existe amor, certamente a pessoa vai pensar duas vezes, pesar prós e contras, antes de abrir mão de um relacionamento tão bom, pela incerteza de um novo,alem de que se uma vez ela ou ele escolheu o outro é porque gosta da pessoa. Tentar controlar a quem se ama é o primeiro passo para perder a pessoa, afastá-la. Todo ciumento é um egoista, um adulto que não superou a egocentria da infância.
No ciúme há mais amor próprio que amor ao outro. Quem já teve o azar de se envolver com um ciumento sabe que ele cultivam mais o orgulho de sentir ciúmes do que a preocupação com o bem-estar do parceiro (a). Ciúme incomoda, aprisiona, sufoca.Ate porque vemos que o ciumento muitas vezes da mais importância a amada quando sente que pode perde-la do que quando ela esta sozinha e livre para ele demonstrar o tanto que a ama.
No início da relação, aquele namorado (a) que liga insistentemente de dez em dez minutos parece bonitinho, romântico(claro que isso so na cabeça da meninas) no final de alguns meses, quando a cegueira da paixão dissipa e a gente olha para dentro da relação e vê se ela tem consistência, aquele excesso de atenção, beirando a paranóia, já não tem graça.Porque somos livres e gostamos de ser assim.
Aristóteles já descrevia o ciúme, no secúlo IV a.C, como um sentimento profundo de inveja, de querer o que é do outro. Ele quer submissão. Mas, começar uma história de amor submetendo-se, contrariando a própria vontade para apenas agradar o outro é um caminho certeiro para o fracasso.
Num nível mais avançado,o ciumento exige da companheira que largue amigos,amigas,não fale com mais ninguém,torça pro time de futebol dele,viva a vida dele.
O ciúme é tema que, apesar da carga negativa que traz, não sai da moda. Muitos desatinos já se cometeu em nome de ciúme, embora os desatinados digam que é em nome do amor.
Então se você tem alguém ciumento pense duas vezes antes de considerar isso um amor e entender as ações do ciumento,afinal ele é mais ele.
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